
E no início da semana que se encerra os motoristas de aplicativos, notadamente UBER e 99, realizaram paralização das suas atividades. Aos poucos os trabalhadores deste segmento vão se organizando embora de forma bem fragmentada: em cada grande cidade temos umas cinco entidades reinvidicam a representação dos trabalhadores algumas ligadas às centrais sindicais tradicionais e outras sem vinculação. Poucas mantém relações dirtetas com partidos políticos.
Esta fragmentação não impediu a construção de uma data para a paralização que as unificasse assim como um eixo de luta : aumento do preço mínimo da “corrida” e redução do percentual que fica com as plataformas.
Um rápido balanço da atividade :
- a realização da atividade em si me parece significar um avanço organizativo. Uma atividade exercida individualmente onde os trabalhadores concorrem entre si traz implicita dificuldades organizativas;
- a pulverização das organizações de representação não impediu a elaboração de uma pauta unificada e uma data idem;
- desta vez a mídia tradicional, impressa pelo menos, deu atenção à paralização. Observei que um ou dois veículos foram a campo apurar as atividades no eixo Rio-São Paulo. Os demais simplesmente reproduziram. Mas o avanço é que as atividades entraram na pauta. Não acompanhei a cobertura das TVs;
- destaque para a cobertura do Brasil de Fato (ver abaixo)
- a cobertura da imprensa registrou que o impacto foi verificado no aumento do valor da corrida no início da manhã e no cancelamento ou não aceitação de corridas com valor abaixo de R$10,00;
Creio que o saldo mais expressivo é que aos poucos cai por terra a crença por parte destes trabalhadores de que eles são “empreendedores” ou “empresários” simplesmente por não terem carteira de trabalho assinada. Aos poucos percebem que tem a sua renda determinada pelos critérios definidos pelas plataformas. E sem garantias e muito menos proteção social.
A seguir veja a matéria do Brasil de Fato :