É certo que o movimento sindical brasileiro está sob ataque em diversas frentes com o objetivo único de extermina-lo: de um lado retiram-se direitos e suprime-se legislação que dava alguma proteção ao trabalhador e do outro são criados obstáculos ao financiamento das atividades sindicais.

A resposta requer firmeza na ação político e sindical combinada com a alteração de padrões de funcionamento das entidades. Por mais que o discurso da superação do corporativismo seja repetido fazem décadas o que vemos é a fragmentação da ação sindical e, mais ainda, a fragmentação da estrutura sindical. Cada sindicato atua de forma isolada sem o menor senso de solidariedade. Uma das saídas para minimizar a atual crise é o compartilhamento das estruturas sindicais. Quase todos os sindicatos com estrutura de funcionamento própria carrega alguma capacidade ociosa. E tem crescentes dificuldades de prover o custeio desta estrutura, drenando recursos da ação sindical para a manutenção da máquina. Saída natural : compartilhar estruturas possibilitando inclusive que sindicatos mais frágeis financeiramente tenham acesso a esta estrutura. Parece óbvio porém esta tese é debatida desde a fundação da CUT sem êxito algum.

Outra iniciativa a ser adotada é a adaptação da estrutura sindical aos novos padrões da organização do trabalho: mais agilidade no funcionamento, uso intensivo de tecnologia e dirigentes mais próximos da sua base de representação. O que requer menos estrutura e mais ação sindical.

E por falar em ação : no frigir dos ovos o que define a disposição do trabalhador em bancar o seu sindicato é a percepção de que investir na sua entidade de representação vale a pena. Portanto uma ação sindical eficaz, aferindo cotidianamente as demandas dos trabalhadores, com um processo de comunicação ágil e moderno e tentando fomentar espaços de sociabilidade onde os trabalhadores estejam juntos são medidas necessárias para que as anteriores tenham possibilidade de sucesso.