Na terça-feira, 21 de março, tivemos um “apagão” no norte e nordeste do país que deixou milhares de trabalhadores em Salvador e RMS sem ter como voltar para casa. Devido à falta de energia o sistema de metrô deixou de funcionar. Até aí nenhuma novidade.

O problema é que descobrimos de forma penosa que não existe um plano B no nosso sistema de transporte coletivo que dê conta das consequências do não funcionamento do metrô. As linhas de ônibus que fazem o trajeto suprido pelos trens são insuficientes, óbvio, mas o que estarrece é que não existe nenhum plano emergencial para minimizar o impacto.

Resultado: milhares de trabalhadores e estudantes se aglomerando no acesso às estações no aguardo do retorno da energia elétrica para poder retornar para casa.

Tão estarrecedor quanto é o silêncio dos agentes públicos, imprensa e dos sindicatos pois a mobilidade urbana é parte das relações atinentes ao processo de trabalho.

Tentando identificar as responsabilidades dos agentes públicos descobri que existe uma agência reguladora para o sistema de transporte municipal. No momento em que escrevo este post o site da ARSAL (este é o nome da agência) está fora do ar.

Em compensação – embora o movimento sindical não se interesse pela jornada do trabalhador pelas ruas da cidade existe na universidade que se interesse: minha amiga Jamile Souza me recomendou um texto interessante publicado no blog Farol Economico : Deslocamento Casa-Trabalho e Renda na Região Metropolitana de Salvador: Esperar Compensa? de autoria do economista Fábio Senna. Demonstra que gastar tempo em deslocamento para o trabalho só compensa para quem ganha muito.

Mas leiam, tirem suas conclusões e torçam para não precisar do transporte público quando do próximo apagão.