A recente inflação brasileira parece não dar sinais de recuo. Além de persistir apresenta um aspecto perverso: a inflação que atinge os setores empobrecidos da sociedade já passa dos dois dígitos segundo atesta o IPEA (leia aqui). Estes setores localizam-se entre desempregados, informais ou trabalhadores com vínculo precário.
Esta vulnerabilidade ainda tem um agravante: por conta da natureza da inserção no mercado de trabalho estes trabalhadores não gozam de proteção sindical e portanto não existe no horizonte a possibilidade de recomposição da sua renda frente aos efeitos da inflação.
Aliás esta é uma questão que em breve estará na agenda do movimento sindical: cresce mes a mes o contingente de trabalhadores informais. Quando convivemos com inflação crônica (final dos anos setenta até meados dos anos 90 do século passado) a própria legislação, embora com atraso, cuidava de recompor o poder de compra dos salários e estas medidas tinham efeito abrangente uma vez que os níveis de formalização eram elevados e o desemprego bem menor.
No atual cenário como recompor a renda de trabalhadores informais, com vínculos precários ou desempregados ?