Documentário produzido e dirigido pela Maria Augusta Ramos em co-produção com a FENAE trata da greve na Caixa Econômica Federal na perspectiva de parte dos 110 demitidos durante a greve e readmitidos posteriormente após o impeachment de Fernando Collor de Mello. As demissões concentraram-se em São Paulo, Minas Gerais e no Paraná (todas em Londrina).
Alguns destes trabalhadores relatam a trajetória de luta pela readmissão evidenciando a solidariedade dos colegas de banco que garantiram a remuneração dos demitidos durante mais de um ano.
Ao mesmo tempo debatem com trabalhadores da CEF admitidos recentemente sobre movimento sindical e o papel dos bancos públicos. Como vivenciei este período como dirigente sindical é inevitável algumas considerações pessoais:
- a similaridade entre o discurso de Collor de Mello e Jair Bolsonaro: um inimigo simbólico (caça aos marajás e aos corruptos) para justificar a redução do Estado;
- a estratégia repressiva que consistia em demitir ativistas intermediários e trabalhadores que aderiram à greve mas não tinham militância sindical como forma de intimidar os mais hesitantes. O mesmo aconteceu na greve do setor elétrico à época;
- o espírito de solidariedade que sustentou financeiramente os demitidos. De certa forma uma herança do ciclo de greves a partir de 1978 e a fase do pleno emprego (que não demorou muito).
O documentário está disponível em alguns canais de TV por assinatura e em plataformas de streaming como Looke e Now..