Muito tem-se falado sobre a necessidade de repensarmos o modelo de organização sindical e adequa-lo às novas configurações do mundo do trabalho. Necessidade pertinente, desafio a ser prontamente enfrentado e sugiro iniciar o debate pela reflexão sobre a tradição de ação sindical de um protagonista importante neste processo : o dirigente ou ativista sindical. Vamos lá então :
- desde meados dos anos 90, ainda no século passado tivemos, no campo da CUT pelo menos, as últimas experiências de organização de sindicatos que reppresentassem setores emergentes do mundo do trabalho. É desta época o SINTREXBEM (trabalhadores na extração de madeira) em Teixeira de Feira, SINTAGRI (assalariados da fritucultura) em Juazeiro, SINPOSBA (frentistas de postos de gasolina) em Salvador e a tentativa frustrada do SINDFLORA (também extração de madeira) em Esplanada . De lá pra cá algumas atividades econômicas se consolidaram e continuam sem organização sindical. Assalariados rurais, por exemplo,continuam sem representação de fato;
- portanto este dado da realdade não pode ser desprezado: temos um contingente de dirigentes sindicais com experiência em encaminhar as mobilizações e a luta em categorias já organizadas e pouca experiência na organização sindical em setores emergentes na economia:
- o acúmulo de experiências dos atuais dirigentes está estabelecido junto ao conceito de categoria profissional : conjunto de trabalhadores organizados em atividades econômicas bem definidas, exercendo suas atividades com proximidade física e quase sempre com relações formais de contratação. O novo mundo do trabalho vem apresentando formação diferente com a crescente presença do trabalho por conta própria (trabalhadores de plataformas de aplicativos, prestadores de serviços, …), trabalho informal e mais recentemente o modo de contratação denominado “trabalho intermitente” (ver postagem anterior aqui).
Feito o diagnóstico e supondo que ele tenha pertinência (aguardo a manifestação dos leitores) temos que propor uma estratégia de ação para enfrentamento das questões citadas. Mas aí é assunto para novo post. Aguardem…
boa provocação Denis, penso que temos também de fazer referencia a uma experiencia bem sucedida ( teve vida curta) que foiba negociação feita pela cut com a prefeitura de salvador sobre a regularização /transferência de camelos do centro de Salvador. ou seja temos experiencia é colocar na agenda de organizar/representar os que vivem do trabalho como prioridade! tem tabem exemplos internacionais. penso que é uma boa agenda para uma atividade presencial? Que tal se a CUT chama uma reunião para discutir experiencias e desafios para organizar os não organizados sindicalmente.
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