Desta vez acompanhei “in loco” a manifestação em apoio a Bolsonaro realizada no Farol da Barra aqui em Salvador. Algumas obviedades quanto ao perfil de público : majoritariamente masculino, meia idade, aparência de classe média alta e, uma questão definidora em Salvador, essencialmente branco.

Público maior do que esperava, confesso. Por outro lado o PSL deu caráter estadual ao ato e várias caravanas do interior foram anunciadas. Me pareceu mais um comício do PSL visando 2020.

O que me surpreendeu: a “direita” saiu do armário. Dois oradores foram explícitos: somos de direita e a direita tem que se organizar da Bahia para tomar o governo estadual da esquerda. Confesso que foi a primeira vez que vi a direita baiana se assumir como tal.

E aí é onde localizo a derrota, pontual que seja, de ACM Neto: a direita baiana se confundia com o “carlismo”. ACM Neto tentou modernizar a imagem e se descolar de valores retrógrados da direita. Obteve sucesso mas agora surgem novo personagens na cena que não se envergonham de assumir como direita e se organizarem política e eleitoralmente. Entendo que no ato de ontem o PSL baiano buscou avaliar o seu tamanho e o seu potencial eleitoral. Que só poderá ser avaliado efetivamente nas eleições de 2020. Este movimento, em se confirmando, não afeta a esquerda baiana pois esta já perdeu o que tinha para perder. Mas obriga ACM Neto a dividir o protagonismo e o comando dos setores conservadores da sociedade baiana.

Vamos conferir os desdobramentos aqui na Bahia e em Brasília. Os dois cenários estão imbricados