Na noite da segunda feira, 16 de abril, perdemos o Prof. Paul Singer, economista, militante, fundador do PT e um dos animadores da economia solidária no Brasil. Dentre as justas homenagens prestadas destaco a republicação pelo site Brasil Debate de entrevista concedida pelo Prof. Paul Singer no ano de 2014 (clique aqui para ler) .

Mas o que me chamou a atenção ?

  • a humildade do professor Singer em reconhecer que a Cáritas Brasileira foi a percussora da economia solidária no Brasil. Muita gente, desavisadamente, atribuía esta primazia a Singer mas este nunca se colocou nesta posição. A citação da Cáritas põe ordem na história;
  • a recuperação do papel da ANTEAG como entidade de apoio e assessoria às “fábricas recuperadas” : fábricas em estado falimentar cujo parque produtivo passava ao controle dos trabalhadores que, de forma coletiva, recuperava-as para o mundo produtivo;
  • a necessária aproximação entre a economia solidária e a construção do socialismo. Esta questão esteve presente nos debates que antecederam a adesão do movimento sindical cutista (à época o PCdoB e PSTU estavam na CUT e o PSOL não existia mas o seu núcleo fundador estava na CUT) às teses da ecoomia solidária. Não apenas como alternativa ao desemprego (acreditava-se que o combate ao desemprego devia se dar através de medidas macro economicas) mas, principalmente, enquanto exercício de controle dos meios de produção pelos trabalhadores já que o “socialismo real” não era mais alternativa viável.

Estes resgates fazem-se necessários já que estamos percebendo a necessidade de refazer a caminhada não exatamente do início. Mas de onde a retomamos devemos levar em conta os passos dados, certos ou errados, e com quem com quem caminhamos durante estes tempos.