E este ano o Primeiro de Maio em todo o Brasil será marcado pelo isolamento social. Além de enfrentar a pandemia os trabalhadores também tem que enfrentar ameaça de desemprego, queda de renda, máquina pública desaparelhada e ausência de políticas públicas adequadas para o momento. E ainda um Governo Federal que desdenha da situação.
Temos então motivos de sobre para protestar mas fica a pergunta : como ? Arrisco aqui algumas especulações :
- as centrais sindicais anunciam atividades pela internet, as “lives” tão populares nestes dias, me formato ainda não definido; certamente misturando o discurso político com manifestações culturais (clique aqui para saber mais) . É a saída mais razoável para o momento mas precisa ser bem articulada com as atividades estaduais;
- creio que as atividades devam se concentrar na sexta, Primeiro de Maio: espalhar atividades por internet nos dias subsequentes é disputar espaço com outras tantas iniciativas mais atraentes (lives de pagodeiros, sertanejos, deputados, …);
- dentro do possível devemos descentralizar as atividades: uma atração (cultural, política, acadêmica, …) com visibilidade numa região não necessariamente tem em outra região. Temos que levar em conta que, se a internet facilita chegar em muitas pessoas ela facilita a fuga também. Um simples clique e vc está num canal com uma atração mais interessante;
- o mote “Saúde, Emprego, Renda: um novo mundo é possível com solidariedade”, definido pelas centrais como o eixo do Primeiro de Maio, deve ser o fio condutor de todas as atividades. Mais do que nunca faz-se necessária a politização deste Primeiro de Maio;
- a ocupação prévia das redes sociais é necessária. Não apenas cards mas, principalmente por conta da visibilidade proporcionada pelos algoritmos das várias plataformas, utilizar vídeos curtos. Dirigentes das centrais e dos seus sindicatos filiados devem produzir vídeos, de no máximo 1 minuto, falando da importância da luta dos trabalhadores;
- mais que nos anteriores, as redes sociais dos sindicatos e dos seus diretores será de grande importância. Portanto todos devem estar convencidos a veicular os materiais produzidos pelas centrais bem como produzirem material específico para suas categorias;
- este pode ser um bom momento para contar a história das centrais sindicais e dos seus sindicatos. Depoimentos de quem esteve na origem das centrais pode motivar os atuais ativistas. A maior parte deles ainda está entre nós, alguns enquanto figura pública outros tantos como cidadãos comuns. E lembrar também daqueles que se foram : como cresci junto com a CUT me recordo de Acácio Araújo, Zé Novais, Zé Olívio ou Sofia Olszelwski, numa lembrança mais imediata;
- não esquecer o velho e bom áudio: pelo interior do estado e em alguns bairros de grandes cidades existem programas de rádio voltado às questões dos trabalhadores. Vinhetas e áudios dos depoimentos sugeridos podem ser distribuídos para estas rádios e serviços de rádio difusão.
Enfim….algumas sugestões que não esgotam o debate. E que para se viabilizarem exigem muito esforço e engajamento coletivos. Mãos à obra então.