Li rapidamente o caderno de teses ao 13 CONCUT. Pra ser sincero li apenas a Tese da Direção deixando para um outro momento as contribuições das demais correntes de opinião a as contribuições de sindicatos e ramos de produção.

O que me chama a atenção :

  • cresce em importância a atuação internacional articulada com outras entidades com as quais a CUT já mantém relações (CSA e CSI). Consequência natural de uma economia cada vez mais globalizada e que destina aos países do hemisfério sul o papel de produtores de matéria prima;
  • o resgate de princípios da CUT que nortearam a sua criação e que deram identidade à central : as noções de classe social e a necessária solidariedade entre os trabalhadores. Como consequência o apelo à solidariedade entre os sindicatos cutistas para além da retórica e um convite ao esforço de representação de todos os trabalhadores da base sindical independendo de vínculo empregatício;
  • a reafirmação da necessidade de construção de instrumentos de autofinanciamento. A denúncia e resistência aos ataques de Bolsonaro à organização dos trabalhadores não pode se confundir com a defesa do imposto sindical;
  • o necessário esforço para unificação de data-base e articulação de campanhas salariais que ocorrem no mesmo período. E para a inclusão nas acordos coletivos de cláusulas que atendam as demandas de terceirizados, MEIs e demais formas de contratação no âmbito destes acordos;
  • a orientação para que os sindicatos e em particular as CUTs estaduais aproximem-se de organizações de representação de trabalhadores fora do mercado de trabalho formal e incentivem a organização, onde não houver, destes segmentos;
  • a orientação para a organização dos trabalhadores desempregados ;
  • a redefinição do papel das CUTs estaduais e da conformação dos macro-setores e ramos de produção;
  • a disputa por um modelo de desenvolvimento que preserve o meio-ambiente, distribua riqueza e faça uso das novas tecnologias na perspectiva da melhoria de vida dos trabalhadores.

Me pareceu um conjunto de proposições que dá conta das exigências da conjuntura. Mas que exige um esforço de militância e adaptação aos novos tempos dos atuais dirigentes e ativistas sindicais. Este me parece o maior desafio.

No que tange ao papel das CUTs estaduais, penso que num estado com as características geográficas da Bahia requer um maior esforço de formulação sobre o papel da CUT Ba. Vamos aguardar então o pós Congresso.