
Em 30 de maio a Sara Goes, articulista do portal Brasil 247, publicou texto no portal sobre atividade do PL – Partido Liberal – em Fortaleza (leia aqui). No evento os simpatizantes de Jair Bolsonaro, assessores parlamentares e “influenciadores” digitais de extrema direita participaram de palestras com profissionais ligados às big techs (Meta, Google e Capcut) para se atualizarem sobre como produzir e disseminar desinformação e conteúdo enviesado, organizando um exército digital com vistas ao processo eleitoral de 2026.
A publicação circulou em praticamente todos os grupos de Whatsapp que frequento gerando comentários angustiados por conta de uma eventual paralisia das “esquerdas” quanto à organização do seu exército.
Em paralelo recebi de algumas pessoas que se dedicam a circular informações relevantes para o campo democrático (e em poucos grupos de Whatsapp) um relatório produzido pelo CEBRAP, Instituto Democracia em Cheque e o CCI – Centro para Informação Crítica onde estas instituições investigam um possível Partido Digital Bolsonarista (acesso o relatório clicando aqui). Por óbvio foi o relatório que inspirou o tíitulo desta postagem.
Este estudo teve repercussão na Folha de São Paulo (clique aqui) e no jornal digital Nexo (aqui). Em outas publicações digitais também mas fico com estes exemplos.
O que fazer ? apesar de iniciativas como as Brigadas Digitais da CUT e Pode Espalhar precisamos organizar melhor as ações no campo da “esquerda” . Saliento que não tenho acesso a ações organizadas pelo PCdoB, PSOL e PSB: sigo à disposição para difundi-las. Percebo iniciativas em curso no coletivo de organizações que organizam o Plebiscito Popular que busca formar multiplicadores em comunicação digital nos estados.
Mas outra frente de ação é necessária. Caso se confirme o vínculo a presença de representações das big techs é grave. Mesmo que na condição de profissionais remunerados com recursos do fundo partidário. Cada vez mais estas plataformas tem importancia na produção e circulação de informações. E como atuam sem controle social elas tem o poder de beneficiar seus aliados e, principalmente, prejudicar os desafetos.
Portanto não basta preparar o “nosso” exército. Temos também que nos engajar nos debates e campanhas pela adoção de marcos regulatórios para as plataformas e big techs. Iniciativas acontecem no Congresso Nacional e os grupos de pressão destas empresas atuam gastando muita grana.
Aqui neste blog recomendei a campanha Internet Legal (veja post aqui) . Existem outras tantas e o papel de sindicatos, associações e organizações outras ligadas aos movimentos sociais é participar ativamente destas iniciativas buscando a unidade de ação.
Ou continuaremos a “chorar pitangas” nos aplicativos de mensagens.