
É voz corrente nos setores progressistas que a esquerda não sabe usar as redes sociais. Será ? Não é o caso de Rick Azevedo que a partir de um desabafo no TikTok passou a produzir vídeos em defesa do fim da jornada 6X1 comum no setor comerciário.
A campanha cresceu nas redes, transbordou a bolha (até este blog publicou sobre no mes de janeiro : https://trampo.blog.br/2024/01/12/conheca-o-movimento-vat-vida-alem-do-trabalho/ ), ganhou as ruas. Motivado pelo sucesso e convencido de que a mudança só viria através de mudanças na legislação filiou-se ao PSOL e lançou-se candidato a verador na cidade do Rio de Janeiro.
Com uma linguagem simples, exercitando ações básicas para redes sociais (chamadas à ação, por exemplo), fazendo campanha com um banner e um megafone e circulando pelos locais de trabalho e moradia dos trabalhadores do comércio elegeu-se como o vereador mais votado no PSOL do Rio de Janeiro superando as estrelas do partido. E com um orçamento minúsculo comparado aos dos vereadores que pleiteavam a reeleição. Veja mais detalhes em matéria do jornal O Globo clicando aqui.
Duas questões me chamam a atenção :
- as ações do Rick e do Movimento VAT estavam presentes nas redes sociais desde o início do ano e até o momento o movimento sindical dos trabalhadores do comércio até o momento não abraçaram a bandeira do fim da jornada de trabalho 6X1 (seis dias de trabalho e um de folga). E nem apresentaram ação sindical alternativa. Miopia ou soberba ?
- embora jovem, negro e homossexual o Rick não mencionou questões identitária na sua campanha colocando-se como portavoz do “trabalhador explorado”. Não sei se podemos inferir algo a partir deste fato.
Por fim….talvez a sabedoria na utilização das redes esteja em não inventar muita coisa e, principalmente, evitar transpor estratégias que deram certo no analógico para o mundo digital. Agora é aguardar os desdobramentos do mandato.