Passados alguns dias e retomando as anotações desta mesa (veja aqui) reforço a percepção de que a fala mais impactante foi da Letícia Cesarino representando a Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal. Ressaltou a estratégia da extrema direita no Brasil e no mundo de apresentar uma alternativa ao Estado de Direito nas suas várias dimensões: economia, costumes, institucional,… .

Trouxe ao centro do debate uma questão que já tinha lido/ouvido em algum lugar mas a memória não me ajuda agora: a apropriação pela extrema direita das utopias. Sendo mais objetivo: durante anos a “esquerda” ou pelo menos os setores progressistas da sociedade sempre foram os portadores de ideais de justiça, igualdade e perspectivas de um mundo melhor. A “direita” tinha dificuldades de ocupar este espaço mas hoje se arvoram a tal. Basta observar a teologia da prosperidade propagada pelos neo pentecostais de direita.

Como alternativa a Letícia recomenda a retomada deste “lugar” de portador das utopias apresentando um programa/agenda nesta perspectiva. E exemplifica : por que não o movimento sindical defender mais ativamente a redução da jornada de trabalho ?

Por fim; advoga a necessidade de enfrentar o debate sobre as novos “desenhos institucionais” e “atuar nos espaços de recrutamento que ainda não estão radicalizados”. E este enfrentamento deve se dar em tres locais prioritários :

  • plataformas digitais
  • cidades pequenas e médias
  • igrejas, não só as neo pentecostais.

É o que me chamou a atenção. Para conhecer melhor a Letícia Cesarino a leitura recomendada é do seu livro “O mundo do avesso – verdade e política na era digital”. Compre numa livraria local ma se comprar pelo link coompre aqui e apoie o TRAMPO