Este escriba já se preparava para produzir mais um post amargo reclamando da pouca importância dada às questões do trabalho, particularmente das questões do segmento denominado pela academia de “precariado”. Isto porque a “revolta dos cordeiros” começa a sumir das páginas de jornais e portais de notícias.

Para os desavisados, “cordeiros” são trabalhadores que atuam na segurança de trios e blocos durante o carnaval segurando e conduzindo as cordas que evitam que os caminhões dos trios elétricos atropelem acidentalmente os foliões e também tem a função de dar segurança àqueles que pagaram para participar dos blocos.

Historicamente as condições de remuneração e trabalho são precárias e, antes a Delegacia Regional do Trabalho, e mais recentemente o Ministério Público do Trabalho atua através da promoção de TACs objetivando condições de trabalho menos desumanas.

Neste carnaval, em alguns blocos, alguns destes “cordeiros” abandonaram seus postos de trabalho por conta, provavelmente, do descumprimento do TAC vigente. Fato inusitado que provocou protestos por parte do público destes blocos e uma certa repercussão na imprensa pelo ineditismo da atitude.

O assunto começava a perder relevância para a imprensa e antes de “chorar pitangas” fui consultar a hoem page do Ministério Público do Trabalho, regional Bahia, e para minha surpresa o MPT Ba vai coletar informações e caso comprove descumprimento do TAC vai responsabilizar os culpados.

Soube tambám da existência de sindicato que representa estes profisionais, o SINDCORDA. Com presença de perfis em várias redes sociais mas com pouca atualização. Tentei contato e estou no aguardo de resposta para dar publicidade ao ponto de vista da representação destes trabalhadores.

Vamos então acompanhar os desdobramentos e tentar trazer à luz a luta e incipiente resistência destes trabalhadores, dentre tantos outros, invizibilizados nos festejos do carnaval de Salvador.