Se você usa o Twitter, Facebook ou outras redes e serviços da internet deve ter recebido recentemente algumas mensagens por email falando sobre alterações nos Termos de Uso, aquele contrato que você e eu clicamos no “aceito” sem ler. Da mesma forma que não lemos contratos de cartão de crédito e outros tantos documentos com letrinhas miúdas.

Pois bem : estes novos Termos de Uso são consequência de uma nova legislação para proteção de dados individuais, a tal da GDPR, que entrou em vigor ontem, 25 de maio, na Europa e que cria dificuldades para a comercialização de dados individuais. Por Europa entenda-se União Européia para ser mais preciso. E a lei vale não só para os cidadãos que vivem na União Européia como para os cidadãos de qualquer parte do mundo que tem dados pessoais armazenados lá. O que me obriga a corrigir uma informação da primeira linha deste texto: não recebemos email do Facebook pois esta rede social transferiu os seus servidores da Europa para os Estados Unidos para se livrar da lei.

E onde meu direito é violado no Brasil ? recentemente a empresa Cambridge Analytica, especializada digamos, em marketing político digital, esteve no Brasil ofertando a candidatos à presidência os seus serviços prometendo diagnosticar os desejos do eleitorado e formatar o discurso dos candidatos/clientes bem ao gosto do eleitorado. Usava como portfólio a eleição de Trump e a saída do Reino Unido do Brexit em recente plebiscito. Semanas depois estoura o escândalo do vazamento de informações dos eleitores norte-americanos e ingleses que tinham conta no Facebook para a Cambridge Analytica. Vazamento ou venda não se sabe ao certo. E de lambuja vazaram também informações de aproximadamente 450.000 usuários brasileiros. As ações do Facebook caíram, a Cambridge Analytica faliu e a vida segue.

Mais ainda – o WAZE, aquele simpático aplicativo que nos informa o caminho mais curto, as blitz e os engarrafamentos vende os dados dos seus usuários para seguradoras de veículo. Em metrópoles com alto índice de violência urbano esta informação é valiosa para a definição do risco que o cliente representa. Se o aplicativo indicar que você transita regularmente em área de risco voce vai pagar mais caro pelo seguro.

Bem que poderia continuar a contar mais casos de venda de informação individual já que no Brasil este tipo de proteção não existe e o pouco que temos é constantemente bombardeado pelo Congresso mas fico por aqui.

E se você quiser entender um pouco mais como a coisa funciona clique no link http://bit.ly/2Lz52kc . E caso se interesse pelo assunto pode me procurar deixando seus contatos nos comentários ou através do email denis@trampo.blog.br .