
Informe sobre a greve geral convocada pelas centrais sindicais argentinas para 9 de maio. Leia direto no site da ITUC-CSI clicando aqui.
Neste dia 9 de maio, as principais confederações sindicais da Argentina planeiam convocar uma greve geral para protestar contra as políticas económicas extremas do Governo de Javier Milei.
Que repercussões esta “terapia de choque” teve para os trabalhadores e para a democracia na Argentina, e porque é que o movimento sindical global apoia a CGT, a CTA-T e a CTA-A na sua campanha contra ela.
- A inflação atingiu os 70% desde que o novo Governo tomou o poder, tornando a vida quotidiana incomportável para muitos trabalhadores.
- Isto porque o Governo desvalorizou o peso argentino em 120% logo após tomar posse e eliminou os controlos de preços de bens e serviços essenciais, como alimentos, serviços públicos, transportes e cuidados de saúde. A pensão básica também foi cortada.
- Desde novembro de 2023, o salário mínimo perdeu um terço do seu poder de compra. Agora cobre apenas um pouco mais de metade do cabaz de compras que define o limiar da pobreza extrema.
- As pensões básicas nem sequer cobrem o custo dos medicamentos.
- A taxa de pobreza aumentou rapidamente, passando de 44,9% no final de 2023 para 51,8% no primeiro trimestre de 2024, de acordo com as últimas estimativas. Aproximadamente 27 milhões de pessoas são pobres, das quais 7 milhões estão atoladas na miséria. Estes são os piores números registados em mais de duas décadas, segundo um estudo da Universidade Católica da Argentina.
- Sete em cada dez crianças, ou seja, cerca de 8,6 milhões de crianças, vivem na pobreza, segundo um estudo publicado pela UNICEF.
- Embora os rendimentos dos trabalhadores e pensionistas tenham sido drasticamente reduzidos, os mais ricos (que não representam mais de 1% da população) recebem benefícios fiscais generosos.
- Espera-se para este ano uma forte contracção da economia, com uma queda do PIB de 2,8%.
- Os cortes brutais no orçamento e os despedimentos de trabalhadores do sector público põem em perigo o futuro das escolas, universidades e serviços públicos, muitos dos quais estão à beira do colapso.