
Aconteceu entre os dias 15 e 19 o Forum Econômico Mundial em Davos na Suiça. Espaço de articulação da elite economia e financeira do mundo este espaço já teve mais relevância política. Na edição deste ano os dirigentes das grandes economias não se fizeram presentes mas a imprensa tradicional, Rede Globo à frente aqui no Brasil, insiste em repercutir o evento.
Por conta desta repercussão a OXFAM, organização não governamental dedicada a estudar a desigualdade e seus efeitos em todo o planeta, lançou um relatório com o nome Desigualdades SA (clique para ler) que teve grande repercussçao na imprensa brasileira. Quase todos nós lemos alguma manchete ou card em redes sociais que traziam a escandalosa informação : nos últimos quatro anos a fortuna dos 5 homens mais ricos do mundo duplicou enquanto cinco bilhões de pessoas ficaram mais pobres.
Poucas alternativas à vista : reeditar articulações internacionais como o Forum Social Mundial ou movimentos como o ATTAC (que praticamente desapareceu encontrando-se poucas referências em redes sociais). Mas, confesso minha surpresa, descubro que existem iniciativas de pessoas muito ricas, muito mesmo, que topam ser taxadas em níveis mais do que já são para ajudarem na redução destas desigualdades. Até porque a redução das desigualdades, em linhas gerais, passa por tributação dos super ricos para financiar serviços públicos na área da reparação e consequente dinamização das atividades econômicas.
Estas inicitivas também se apresentaram ao Forum Econômico de Davos mas foram solenemente ignoradas. Uma delas é a Proud to Pay More (Orgulho de Pagar Mais) que apresentou um manifesto (clique aqui para conhecer a versão em inglês; prometo traduzir nos próximos dias) e ganhou algum destaque no Brasil por ter um brasileiro entre os signatários (leia aqui).
A importância de acompanhar e divulgar estas manifestação se dá pela proximidade deste debate aqui no Brasil : a próxima etapa da reforma tributária tem como foco a tributação sobre renda, patrimônio e ganhos de capital. E boa parte da classe média brasileira se acha rica e reage a esta tributação deixando os efetivamente ricos em situação confortável.